Significação das tonalidades na obra de Ludwig van Beethoven
Keywords:
Beethoven, expressão tonal, modos, tonalidades, estética musical, tonal expression, modes, keys, aesthetics of musicAbstract
A discussão sobre o valor expressivo dos modos (ou, mais tarde, tons) remonta aos dias de Platão e Aristóteles. Mesmo com a atribuição de significados presente na teoria e estética musical tanto no início como no declínio do sistema tonal, não existe um consenso pleno entre os estudiosos sobre qual sentido deveria ser atribuído a um modo (Dórico, Lídio, etc.) ou a uma tonalidade (Dó maior, Ré menor, etc). A divergência entre os estudiosos nunca permitiu a criação de uma teoria universal da semântica dos modos e das tonalidades, tal como ocorre num dicionário ou léxico.
Tendo isso em mente, é crucial estar consciente da semântica dos modos ao interpretar composições da common practice. No caso de Beethoven a sua profunda sensibilidade sobre a expressão tonal, assim como a sua consciência (também histórica) dos significados das to-nalidades são muito bem documentadas. Em sua última fase criativa, Beethoven também procurou aplicar modos gregos em suas composições (por exemplo, na sua Missa solemnis, ou Quarteto op. 132). Contudo, ao lado das propriedades expressivas de cada tonalidade ou modo, em numerosas obras de Beethoven era mais frequente a organização da sequência de tonalidades ou o resultado do contraste entre elas, que permitia, por meio de sua expressão, produzir significados. O objetivo deste artigo será, então, considerar os possíveis fatores importantes para Beethoven que formaram a sua consciência da ex-pressão tonal.
ABSTRACT
Significação das tonalidades na obra de Ludwig van Beethoven
The discussion about the expressive value of modes (or, later, keys) goes back to the days of Plato and Aristotle. Even though the attribution of meanings has been present in theory and aesthetics of music both at the beginning and in the decline of tonal system, there is no full consensus among the authors as to which meaning should be attributed to a mode (Doric, Lydian, etc.) or to a key (C major, D minor, etc.). The divergence among scholars never allowed the creation of a universal theory of the semantics of modes and tones, as occurs, for example, in a dictionary or lexicon.
Bearing this in mind, it is crucial to be aware of the semantics of keys, while interpreting compositions from the common practice period. In the case of Beethoven, his profound sensitivity to tonal expression, as well as his awareness (also historical) of the meaning of keys, are well-documented. In his last creative phase, Beethoven also sought to apply Church modes in his works (for example, in his Missa solemnis, or String Quartet Op. 132). However, alongside the expressive characteristics of each key or mode, in many works of Beethoven it is more frequently an organization of the sequence of keys, or contrast between them, that participates in the creation of expressive meanings. Therefore, the purpose of this article will be to consider the possible factors important to Beethoven that formed his awareness of tonal expression.
