Actio et Elocutio: A ornamentação livre elaborada e improvisada

Resumo

Resumo

A ornamentação livre, um dos mais importantes diferenciais do estilo musical italiano do século XVIII, é uma técnica utilizada para enriquecer o discurso melódico de uma obra, por meio da inserção de ornamentos em uma melodia. Na maior parte dos casos, os ornamentos não são previamente indicados pelo compositor na partitura, mas é esperado que o intérprete os adicione. O assunto foi abordado detalhadamente em preceptivas teóricas dentre as quais destacam-se Quantz, Tartini e Geminiani e em diversas edições setecentistas de sonatas solo com versões extensamente decoradas, que já na época cumpriam uma importante função didática. Fontes secundárias costumam enfatizar esse ornato e sua ênfase patética aos efeitos da surpresa e da escolha dos ornatos apropriados ao sabor do momento, tendo o decoro não só mediado pelo cerne do discurso musical, mas também por fatores do próprio concerto. Embora esse pensamento vá ao encontro de fontes primárias seiscentistas e setecentistas que demonstram a naturalidade e a difusão da prática segundo esses princípios em seus meios geográficos e temporais, muitas vezes, nos dias atuais, a elaboração escrita da ornamentação italiana é relegada a um plano inferior, essencialmente didático esquecendo-se das possibilidades de adequação e comoção

Abstract

Actio et elocutio: The Elaborate and Improvised Free Ornamentation.

Free ornamentation, one of the most important differentials of the 18th century Italian musical style, is a technique used to enrich the melodic discourse of a work, through the insertion of ornaments in a melody. In most cases, the ornaments are not previously indicated by the composer in the score, but added by the performer’s initiative. The subject was approached in detail in theoretical precepts, among which Quantz, Tartini and Geminiani stand out, and in several 18th century editions of solo sonatas with extensively decorated versions, which already at the time fulfilled an important didactic role. Secondary sources tend to emphasize this embellishment and its pathetic emphasis on the effects of surprise and the choice of embellishments appropriate to the mood of the moment, with decorum not only mediated by the core of the musical discourse, but also by factors of the concert itself. In fact, primary sources from the 17th and 18th agree with it´s thought and demonstrate the naturalness and diffusion of the practice according to these principles in their geographical and temporal environments, but they also show us possibilities beyond an essentially didactic level. Nowadays, frequently the written elaboration of Italian ornamentation is relegated to a lower level, forgetting the possibilities of adequacy and emotion when